Oficialização Imperial do Cristianismo

Breve história da oficialização do Cristianismo como religião oficial e estatal do Império Romano

De acordo com essa abordagem, o mundo é visto como ambiente hostil para a fé e prática cristãs. Os valores do Reino de Deus contrastavam com os do mundo. Esse tipo de espiritualidade teve importância substancial nos primeiros séculos da história cristã, quando o cristianismo era visto com intensa desconfiança e suspeita pelas autoridades seculares e, na época foi ativamente perseguido. Entretanto, uma vez que o imperador romano Constantino se “converteu” ao cristianismo, a situação ficou completamente diferente, pois ele o tirou da clandestinidade e mais adiante Teodósio reconhece o cristianismo como religião estatal.

O cristianismo tornou-se rapidamente a religião oficial do Império Romano. Na opinião de muitos, o resultado foi uma acomodação aos valores seculares. Os bispos começaram a imitar as vestimentas e os costumes dos líderes seculares usando, por exemplo, vestes púrpuras ou roxas que são símbolos de riqueza e poder.

A aceitação da igreja como religião oficial do Império Romano trouxe consigo certos privilégios. Os bispos, com isso, foram vistos como pessoas de importância, passando a utilizar símbolos romanos de hierarquia como indicação de seu novo status social.

Também provocou o surgimento do que foi muitas vezes chamado de “teologia imperial”, isto é, uma abordagem à teologia e espiritualidade que via Roma como a nova Jerusalém. Ocupando um papel divinamente instituído no governo do mundo.

A “teologia imperial” era especialmente ligada a Eusébio de Cesaréia. Esta teologia via o Império Romano como o clímax dos propósitos redentores de Deus, retratou Constantino como instrumento escolhido por Deus para a conversão do império.
Isso fez muitos acreditarem que os ideais cristãos tinham sido comprometidos.

O movimento monástico é considerado uma revolta contra a acomodação surgida entre “A IGREJA E O ESTADO”, RESULTANDO NA DIFICULDADE DE DIFERENCIAR-SE UM DO OUTRO.

Os mosteiros eram tidos como centros do cristianismo autêntico, isolados das tentações de poder e riqueza, nos quais podia buscar a verdadeira visão cristã.

Aos poucos o formalismo religioso tomou lugar da verdadeira espiritualidade, regimentos de soldados eram batizados por ordem do imperador.

A maioria aderia à nova religião do imperador, mas, os que não eram verdadeiramente convertidos, sentiam falta do paganismo, aí começavam a voltar gradativamente, travestidos de nomes cristãos, entidades e festivais pagãos. E a doutrina bíblica foi aos poucos desaparecendo, dando lugar a um corpo de tradição de homens, baseado no paganismo.
Pra muitos o afastamento do mundo era o único meio garantido para assegurar a salvação da pessoa.

Apesar da reforma protestante ter rejeitado o ideal monástico, a dupla temática de renúncia e hostilidade ao mundo em virtude do cristianismo verdadeiro foi retomada e desenvolvida pela ala mais radical do movimento.

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Fonte Consultada:  Aliester .E. McGrath, 1999- Uma Introdução à Espiritualidade Cristã, VIDA.