A pessoa do rei Davi agiganta-se nas páginas do Antigo e Novo Testamentos, sendo mencionada cerca de 1.048 vezes. No Antigo Testamento ele é o assunto primário de 62 capítulos e o autor de 73 salmos. No Novo Testamento, figura proeminentemente em ambos os lados da genealogia de Jesus e no lugar onde este nasceu (Mt 1.1,6,17,20; Lc 2.4,11; 3.31), pois “Cristo é Filho de Davi” (Lc 20.41), que herdará “o trono de Davi, seu pai” (Lc 1.32). E, recentemente, baseado nas conquistas históricas do rei Davi, Jerusalém celebrou seu 3.000° aniversário da conquista feita por Davi da cidade dos jebuseus (2 Sm 5.7-25). Com tal ênfase em Davi nas Escrituras, para muitos causa surpresa saber que até há pouco tempo todos os livros que lidam com a história da Terra Santa tinham de admitir que nenhum rastro de Davi jamais aparecera nos registros arqueológicos. Era típico haver declaração como esta de uma das maiores autoridades em arqueologia bíblica, senhora Kathleen Kenyon — palavras proferidas há apenas dez anos:
Para muitas pessoas parece surpreendente que Davi e Salomão ainda permaneçam desconhecidos fora das páginas do Velho Testamento ou de fontes literárias diretamente derivadas do texto sagrado. Nunca foi encontrada alguma inscrição extrabíblica, quer da Palestina ou de país vizinho, que contivesse referência a eles.
O mito do rei Davi
Esta falta de evidência leva muitos estudiosos críticos a duvidarem que um Davi histórico alguma vez tenha existido. Revisionistas históricos (ou minimalistas) argumentaram que o “mito Davi” tinha sido invenção literária tirada de várias tradições heroicas para explicar a formação da monarquia de Israel. Em certo desenvolvimento deste mito, de acordo com os críticos, uma escola sacerdotal circunjacente ao Templo tinha procurado base teológica para o próprio conceito de governo divino. Tratava-se do conceito de um rei ideal (Davi) comparado com um rei imperfeito (Saul). De acordo com os críticos, Saul, é claro, não existiu, mas serviu junto com Davi como modelos teológicos contrastantes da escolha do homem (Saul) versus a escolha de Deus (Davi). Mesmo assim, as frequentes loucuras de Davi mostraram a superioridade de uma teocracia (governo de Deus) sobre uma monarquia (governo do homem). Sem evidência material para ajudar a dar carne a estas figuras, Davi e Salomão permaneceram para muitos como não mais que inspiradoras personagens de livros de história.
Por que não podemos encontrar mais?
Com frequência, as pessoas ficam confusas sobre o motivo de tão pouco ter sido recuperado do período mais antigo da monarquia — os tempos de Saul, Davi e Salomão. Uma importante razão para a falta de evidência pode ser que muito pouco tenha sido escavado nas áreas relacionadas aos reinados desses monarcas. Israel é um pixagigantesco, e em lugares como Hebrom e Jerusalém, onde se esperaria que fosse encontrada a maioria das evidências deste período, antagônicas reivindicações religiosas e desassossego político tornam virtualmente impossível para os arqueólogos o acesso a alguns dos sítios mais promissores. Nas áreas em que foram escavadas, há outras razões para a escassez de restos arqueológicos de materiais.
Primeiro, em termos de arquitetura, construções mais recentes encobriram estruturas mais antigas e pouco deixaram do original para ser achado. Por exemplo, no nível mais baixo das escavações no muro meridional do monte do Templo, os arqueólogos só descobriram uma pequena seção de uma construção cuja data remonta aos tempos de Salomão. Em geral, milhares de anos de ocupações mais recentes encobrem quase todos os sítios. Segundo, em termos de achar saliências de monumentos e esculturas, outras culturas desse período da história deixaram tais evidências, mas o mandamento bíblico contra a fabricação de ídolos eliminou esta possibilidade em Israel.
Mas, e os registros escritos? Temos a Bíblia; e não há outros escritos do período bíblico? Uma razão para que poucos registros escritos tenham sido achados é que os israelitas, em contraste com seus vizinhos, escreveram a maioria dos seus documentos de tribunal e outros registros em rolos de papiro perecível. O papiro era mais eficiente e menos caro do que outros tipos de material para escrita. Além disso, representava um modo mais avançado de comunicação para uma sociedade instruída como o Israel bíblico. Na Bíblia, encontramos evidências do uso de papiro desde o fim do período monárquico; por exemplo, lemos que o profeta Jeremias escreveu suas profecias em rolos de papiro (jr 36.2). A Bíblia também descreve o quão facilmente tal escritura podia ser destruída; por exemplo, o rei Jeoaquim pegou os rolos de papel escritos por Jeremias, cortou-os e queimou-os (Jr 36.23).
Fonte: Livro: Arqueologia Bíblia
Autor: Randall Price,
Pags: 128-130
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