O Apóstolo Filipe
“Disse-lhe Felipe: Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta..” (Jo 14:8)
Seu nome, derivado do grego FilippoV, Phílippos, tem a curiosa significação “amigo dos cavalos”. No dia que se seguiu ao do encontro de Simão Pedro com Jesus, Felipe foi encontrado na Galiléia pelo Senhor, que lhe disse as simples palavras: “Segue-me” (Jo 1:43).
Conterrâneo dos irmãos André e Pedro, ou seja, de Betsaida da Galiléia, após ouvir o impressionante chamado de Cristo, foi ao encontro de Natanael, apresentando a Jesus através de uma afirmativa específica e detalhada: “Achamos aquele de quem Moisés escreveu na Lei, e a quem se referiram os profetas: Jesus de Nazaré, filho de José” (Jo 1:45).
Talvez Felipe estivesse querendo dizer: “Sim, eu encontrei o Profeta (de quem Moisés escreveu na Lei), o Messias (a quem se referiram os profetas)! Verifiquei bem cautelosamente e Jesus de Nazaré se encaixa perfeitamente às predições!”. O prático Filipe podia crer apenas naquilo que era perfeitamente analítico e comprovável. Diante do confuso e atônito amigo, Felipe novamente apela para a inspeção comprobatória: “Vem, e vê.” (Jo 1:46).
Quando da multiplicação dos pães, Felipe soube calcular acuradamente o necessário para a multidão, mas já não pôde crer no que fugia a seu raciocínio (Jo 6:7). O mesmo ocorre na ocasião em que os gregos procuram a Jesus (Jo 12:20-22). Leva-os a André, pois não sabe como se comportar diante do seguinte dilema: “Deveríamos levar gentios ao Mestre?”
André com simplicidade promove o encontro das nações com Jesus, num prelúdio às missões universais comissionadas pelo Senhor, que já na ocasião afirmou: “Mas eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim” (Jo 12:32).
Também Filipe em sua praticidade, desejando que Jesus mostrasse-lhes o Pai, pois isto lhes bastaria, extrai do Senhor a maravilhosa sentença: “Quem me vê, vê o Pai” (Jo 14:9). A partir daí vemos este apóstolo na lista dos que se achavam no cenáculo (Jo 1:13-14), após a ascensão de Cristo.