A Páscoa é uma das celebrações mais significativas tanto para os judeus quanto para os cristãos. No Antigo Testamento, ela remonta à libertação do povo de Israel da escravidão no Egito. No Novo Testamento, sua importância se aprofunda, pois aponta para a obra redentora de Cristo. A Páscoa cristã, portanto, não é apenas uma recordação do êxodo, mas a celebração da vitória definitiva de Cristo sobre o pecado e a morte. Vamos explorar sua origem bíblica, sua transição para a fé cristã e sua relevância para os dias atuais.
1. Versículos da bíblia sobre a páscoa
A seguir, alguns versículos bíblicos sobre a páscoa que ajudam a compreender o seu significado profundo
Sobre a páscoa no Antigo Testamento
- Êxodo 12:27 – “É o sacrifício da Páscoa ao Senhor, que passou por cima das casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu os egípcios e livrou as nossas casas.”
- Levítico 23:5 – “No mês primeiro, aos catorze do mês, pela tarde, é a Páscoa do Senhor.”
Sobre Cristo como a páscoa no Novo Testamento
- 1 Coríntios 5:7 – “Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós.”
- Mateus 26:28 – “Porque isto é o meu sangue, o sangue do novo testamento, que é derramado por muitos para remissão dos pecados.”
Sobre a Ressurreição e a Vitória sobre a Morte
- Romanos 6:9 – “Sabendo que Cristo, tendo ressuscitado dos mortos, já não morre; a morte não tem mais domínio sobre Ele.”
- 1 Pedro 1:3 – “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos.”
2. A páscoa no Antigo Testamento: A libertação do Egito
A primeira Páscoa foi instituída no contexto do Êxodo, quando Deus libertou os israelitas da escravidão no Egito. O faraó resistiu em deixar o povo de Deus partir, mesmo após nove pragas devastadoras. Foi então que Deus enviou a décima praga: a morte dos primogênitos egípcios.
O sangue do cordeiro e a proteção de Deus
Para que os israelitas fossem poupados dessa praga, Deus ordenou que sacrificassem um cordeiro sem defeito e passassem seu sangue nos umbrais das portas:
“E aquele sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo eu o sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga de mortandade, quando eu ferir a terra do Egito.” (Êxodo 12:13)
Este ato simbolizava a proteção divina e a redenção por meio do sangue. A palavra hebraica “Pessach” significa “passar por cima”, indicando que Deus poupou os lares marcados pelo sangue do cordeiro.
A Instituição da Celebração da Páscoa
Deus ordenou que essa libertação fosse lembrada anualmente com uma celebração:
“E este dia vos será por memória, e celebrá-lo-eis por festa ao Senhor; nas vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo.” (Êxodo 12:14)
A festa incluía o consumo de pão sem fermento (matzá) e ervas amargas, recordando a pressa da saída do Egito e o sofrimento da escravidão.
3. A páscoa e seu cumprimento em Cristo
No Novo Testamento, a Páscoa ganha um significado ainda mais profundo. Jesus Cristo é apresentado como o verdadeiro Cordeiro Pascal. João Batista declarou:
“Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” (João 1:29)
Jesus celebrou a Páscoa com seus discípulos na última ceia, instituindo um novo significado para a celebração. Durante essa refeição, Ele tomou o pão e o vinho e disse:
“Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim.” (Lucas 22:19)
“Este cálice é o novo testamento no meu sangue, que é derramado por vós.” (Lucas 22:20)
Cristo estava prestes a ser sacrificado como o verdadeiro Cordeiro de Deus, cumprindo a tipologia do cordeiro pascal do Êxodo. Sua morte na cruz ocorreu durante a celebração da Páscoa judaica, e Sua ressurreição, no terceiro dia, inaugurou a vitória sobre a morte e o pecado.
O apóstolo Paulo enfatizou essa verdade ao escrever:
“Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós.” (1 Coríntios 5:7)
Assim, a Páscoa cristã não se trata apenas de uma libertação terrena, mas da redenção eterna oferecida por Cristo.
4. A páscoa cristã atual
Hoje, a Páscoa cristã é celebrada com foco na morte e ressurreição de Jesus Cristo. É um tempo de reflexão, gratidão e renovação da fé.
Mudança de ênfase e influências culturais
Com o passar dos séculos, a celebração da Páscoa cristã passou por algumas transformações. A introdução de símbolos como ovos de chocolate e coelhos veio de tradições pagãs que foram sincretizadas na cultura ocidental. No entanto, para os cristãos, a verdadeira essência da Páscoa não está nessas tradições, mas na obra redentora de Cristo.
A relevância da páscoa para os cristãos
A Páscoa continua sendo o evento central da fé cristã, pois celebra:
- A Vitória sobre o Pecado – Cristo pagou o preço do pecado na cruz.
- A Vitória sobre a Morte – A ressurreição de Jesus garante a esperança da vida eterna para os que creem n’Ele.
- A Nova Aliança – Por meio de Cristo, os crentes têm livre acesso a Deus.
Reflexão final
A Páscoa bíblica nos ensina que Deus é um Deus de redenção. Ele libertou Israel da escravidão do Egito e, em Cristo, libertou a humanidade do pecado e da morte. Para os cristãos, celebrar a Páscoa significa relembrar o sacrifício de Jesus e viver à luz de Sua ressurreição.
Que essa verdade nos inspire a viver de forma santa, gratos pelo imenso amor de Deus revelado em Cristo. Que possamos proclamar com alegria:
“Ele não está aqui, mas ressuscitou!” (Lucas 24:6)
Feliz Páscoa, celebrando o verdadeiro Cordeiro de Deus!