
O assassinato de Abel
Estudo em Gênesis 4:1-15. Se, por trás da serpente, era perceptível o diabo no capítulo 3, a carne e o mundo entram em consideração no presente capítulo. O pecado é revelado com os seus ciclos de evolução como em Tg 1:15, e no v. 7 é personificado quase que à maneira paulina (c/. Rm 7:8). Muitos pormenores acentuam a gravidade do crime de Caim e, portanto, da queda. O contexto é culto, a vítima, um irmão. E enquanto que Eva fora persuadida a pecar, Caim não aceita ser dissuadido de seu pecado nem sequer por Deus; também não irá confessá-lo, nem aceitar o castigo. 1. A palavra conheceu (AV), neste sentido especial, mostra muito bem o nível plenamente pessoal da verdadeira união sexual, embora possa perder completamente este elevado conteúdo (cf. 19:5, AV). Caim tem algo do som de qãnâ, “ adquirir” . Tais comentários sobre nomes são geralmente jogos de palavras, e não etimologias, revestindo um nome padrão de um sentido particular. Assim, por ex., em 17:17,19 um nome existente, Isaque (“ ria-se [Deus]” ) foi escolhido para rememorar certo riso e a promessa que o provocou. A expressão com o auxílio do (RV, RSV, AA) é literalmente “ com” , apenas. E embora esta palavra hebraica permita outras interpretações, a de RV, RSV, AA é a mais simples. Cf. 1 Sm 14:45 (outra palavra para “ com” ). A exclamação de fé, expressa por Eva neste versículo como no v. 25, levanta a situação acima do puramente natural, para o seu verdadeiro nível (como a fé sempre faz: 1 Tm 4:45), quer esteja dando um toque no oráculo de 3:15 ou não. 2. O nome Abel é, quanto à forma, idêntico ao termo hebraico para vaidade ou simples sopro (por ex., Ec ‘1:2, etc.). Mas a conexão é provavelmente fortuita, desde que nada se faz com ela. Pode ser que o nome seja cognato do sumério ibil(a), do acádio ab/plu, “ filho” . Os especialistas tendem a ver nesta narrativa as rivalidades de dois modos de viver, o pastoril e o agrícola. Vê-se tal tema no Velho Testamento (ex., Jr 35:6), mas aqui o contraste de culturas desempenha papel inteiramente subordinado. Deus tem lugar para as duas modalidades (cf. Dt 8), e há os passos estruturadores de um rico modelo nestas aptidões complementares e no procurado entrelaçamento do trabalho e do culto. O esquema é feito em pedaços unicamente mediante o material humano, e é a exposição à verdade de Deus que o rompê; pondo a descoberto pela primeira vez a moral antipatia da religião carnal para com a espiritual. 3-5 A oferta é um minhâ, que nas atividades humanas era uma dádiva feita para homenagem ou para aliança e, como termo ritual, podia descrever ofertas de animais e, mais frequentemente, de cereais (por ex., 1 Sm 2:17, Lv 2:1). É argumento precário afirmar que a ausência de sangue desqualificou a oferta de Caim (cf. Dt. 26:1-11); tudo que é explícito aqui é que Abel ofereceu a fina Continue lendo→