Parábola da pá e da joeira

Esse texto está em (Mt 3:12)

Esse ditado parabólico não deixou dúvida entre os que o ouviram quanto ao que estava por acontecer. A mente oriental facilmente captaria esse quadro da colheita, com ceifeiros joeirando o trigo ajuntado. Com a pá, o ceifeiro lança contra o vento firme e impetuoso tudo o que se achava na meda diante dele, quer trigo, quer palha. O trigo, por ser mais pesado, cai de volta no mesmo lugar ou perto dele, mas a palha, mais leve, voeja pelo chão. Concluído o processo da separação, o trigo é retirado para o celeiro, e a palha inútil, incendiada. Para apreendermos todo o significado do expressivo símile em questão, examinemos cada parte da parábola:

Na mão ele tem a pá… —a mesma mão divina que empunhava o machado. Para o ceifeiro, essa pá era o instrumento que usava para limpar o trigo ou expurgar dele a palha e as sementes ruins. Lançava-se a esse processo de joeira ajoelhado, atirando o trigo e a palha para cima e sacudindo-os de um lado para o outro, ação que separaria um do outro. A pá que Cristo usa para limpar a sua eira é a sua palavra de separação: “Vós já estais limpos por causa da palavra que vos tenho falado” (Jo 15:3). Outra pá é a divina providência que limpa, com frequência, o trigo da palha. O Espírito Santo é ainda outra pá que expurga para fora a palha da corrupção (ICo 6:11). Não raro, a perseguição é outra pá que purifica o coração do povo de Deus (Mt 13:20,21).

… e limpará a sua eira… Por “sua eira” João quer dizer o povo judeu —uma grande pilha, uma enorme eira. Nela, pouca coisa além de palha poderia ser achada, uma vez que o povo de Deus se tornara geração profana e impiedosa. De fato, um pouco de trigo podia ser encontrado na eira —almas sinceras e consagradas como os pais de João, ou Simeão e Ana, que esperavam a vinda de Cristo. A antiga eira, a velha nação judaica, não mais existia. Na nova eira da Igreja do Deus vivo, se encontraria o trigo formado de judeus e gentios regenerados.

… recolhendo o trigo no seu celeiro… O trigo é um grão excelente, o melhor grão, e isso simboliza o que Satanás tentou peneirar em Pedro. Os crentes verdadeiros são comparados ao trigo, por serem os tesouros excelentes de Deus (SI 16:3). Às vezes seu trigo espiritual acha difícil livrar-se da palha que lhe acompanha. “… quando quero fazer o bem, o mal está comigo…” (Rm 7:21-24). A joeira do trigo é necessária para a sua purificação. Com muita frequência resistimos à joeira nas mãos do Senhor quando ele procura retirar a corrupção interior. Quando o trigo está totalmente limpo, o ceifeiro o leva para o seu “celeiro”, ou para um lugar em que o trigo empilhado esteja a salvo e seguro, podendo ser cuidado de perto. O Senhor tem um duplo celeiro para o seu trigo da mais alta qualidade. Existe a sua Igreja, escolhida e preparada para receber o seu povo redimido. Providenciados para o seu trigo espiritual, a palha e o joio são muitas vezes encontrados no meio dele. Depois, o céu deve ser visto como o seu outro celeiro, que guardará apenas o trigo puro. “E não entrará nela coisa alguma impura…” (Ap 21:27).

… queimando a palha com fogo que nunca se apagará. Os líderes religiosos, mas não espirituais a quem a mensagem de João se dirigia eram a palha. Mais tarde, Jesus chamou-os “hipócritas” e inúteis como a palha. “Que tem a palha em comum com o trigo? diz o Senhor” (Jr 23:28). A palha é leve e facilmente carregada pelo vento de um lado para o outro. Do mesmo modo, os escribas e fariseus apresentavam uma religiosidade aparente, mas, como a palha, faltava-lhes peso e substância. A palha é a casca do trigo, e os religiosos professos dos dias de João tinham somente a casca ou a concha da verdade. Foram jogados para cima com a parte externa da religião, não com a sua realidade interior.

… queimando […] com fogo que nunca se apagará é uma figura de linguagem amedrontadora. Esse brilho violento de luz revela a condenação daquele que se recusa a abandonar a sua impenitência. Simboliza a justa ira de Deus, muitas vezes comparada ao fogo na Bíblia. A madeira, o feno e a palha são combustíveis tão adequados para o fogo que não podemos depositar neles nenhuma confiança (Na 1:10). A ira divina é como o fogo —intolerável. Quão terrível é a condição daqueles sobre quem cai a ira e a vingança de Deus! Um mundo impiedoso necessita da lembrança de que o ceifeiro divino virá e, com a pá nas mãos, expurgará da terra a palha inútil, ajuntando o trigo em seu celeiro milenar. “… venha o teu reino…”

Fonte Consultada:

Todas as parábolas da Bíblia – Uma análise detalhada de todas as parábolas das Escrituras

Herbert Lockyer – Editora Vida


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