Esse texto está em (Mt 5:13; Mc 9:50; Lc 14:34,35)
Essa parábola será estudada em conjunto com a próxima, sobre a luz, com a qual forma um paralelo, pois ambas tratam do testemunho e da influência cristã. O sal impede a corrupção e a luz dissipa as trevas. Existe distinção, mas as figuras convergem para um pensamento: “Sal da terra […] luz do mundo”. “Ambas são necessárias para uma revelação do estado moral e espiritual do mundo.” Nosso Senhor tinha feito declarações das suas maravilhosas bem-aventuranças; agora passa a ilustrar que influências os súditos do seu reino devem exercer. Sal —que é isso? O dr. G. Campbell Morgan, ao tratar desse assunto, disse: “O sal não é antisséptico, mas asséptico. Antisséptico é algo contrário ao veneno, capaz de curar.
Asséptico é algo destituído de veneno. O sal nunca cura a corrupção. Previne a corrupção. Se a carne está contaminada e corrompida, o sal não a descontaminará nem purificará; mas o sal ao redor impedirá que se espalhe a corrupção que, de outro modo, tornaria a carne contaminada”. O significado da parábola é evidente. O Senhor espera, ele próprio, funcionar como influência moral e espiritual, a fim de prevenir que as forças corrompidas do pecado se espalhem. Se vivermos perto dele, fonte da santidade incontaminada, teremos o mérito dessa oportunidade. Somente ele pode tratar da corrupção, mas, como o seu sal, precisamos conhecer tudo o que é antagônico à sua santa natureza e vontade. Ainda que o sal seja benéfico, pode perder o sabor ou capacidade de “temperar”, como foi dito por Scotch.
Uma vez que se esgota esse poder de salgar, o sal não “serve para nada”, assim disse Jesus, que muitas vezes mencionou o sal em suas figuras de linguagem. Os naturalistas dizem que, se o sal que perdeu o sabor for atirado sobre os campos, provoca improdutividade. Os santos podem perder o sabor. Podem tornar-se sem sabor na vida e cair da graça e da consagração. E, uma vez perdido o sabor, a sua influência se perde sobre um mundo sem sabor. Os cristãos que se associam com a corrupção ao redor inflamam mais ainda a corrupção da humanidade. Que possamos ter graça, para que a nossa vida corresponda ao que dizem os nossos lábios, sempre com a graça temperada com o sal! (Cl 4:6). Ló deveria ter sido o sal de Sodoma, mas de algum modo o seu “sal” perdeu a salinidade, a propriedade de preservar. Assim como para a esposa de Ló, que perdeu o sabor, ou por olhar para atrás, ao contemplar Sodoma em seu coração, transformou-se em estátua de sal, num aviso contra a identificação com o mundo.
Fonte Consultada:
Todas as parábolas da Bíblia – Uma análise detalhada de todas as parábolas das Escrituras
Herbert Lockyer – Editora Vida
Pags: 178-179
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